CENTRO DE REFLEXÃO CRISTÃ

O CRC é um espaço de diálogo entre cristãos de diferentes sensibilidades, e entre cristãos e não cristãos.

10 de dezembro de 2020

Celebração dos 45 anos do Centro de Reflexão Cristã

Solenidade de Todos os Santos, 1 de novembro de 2020. Celebração dos 45 anos do Centro de Reflexão Cristã.

Obrigada ao P. Peter Stilwell, ao Frei Filipe Rodrigues, o.p. e ao nosso querido Fundador, Frei Bento Domingues, o.p.



14 de outubro de 2020

7 de outubro de 2020

45 anos do Centro de Reflexão Cristã: uma experiência libertadora da fé

Assinalaram-se, na segunda-feira, 45 anos do Centro de Reflexão Cristã. Para assinalar esta data os atuais presidente e vice-presidente fazem um balanço da ação do CRC, com um olhar confiante no futuro

O 45.º aniversário do Centro de Reflexão Cristã (CRC) é um ponto de chegada num caminho coletivo iniciado com a criação do CRC em escritura de 5 de outubro de 1975, mas é sobretudo um acontecimento portador de futuro, com a cada vez maior participação na sua vida de gerações nascidas depois da sua fundação.

 

O CRC foi criado num contexto de grande desconfiança relativamente ao cristianismo em geral e ao papel desempenhado pela Igreja Católica no Estado Novo. Nasceu num momento de rutura política, cultural, social, num tempo novo iniciado com o 25 de abril de 1974, marcado pela democratização e descolonização, que pretendiam criar condições para um verdadeiro desenvolvimento do país.

 

A vocação central do CRC era, conforme se lê nos estatutos originais, o “estudo da teologia para o crescimento na fé cristã, ao serviço da evangelização e da libertação do povo português”, e pode dizer-se que tem sido fiel a essa vocação, com concretizações e modelações diversas, procurando estar atento aos sinais dos tempos.

 

O CRC é uma associação de direito civil, não uma pessoa coletiva de direito eclesiástico e essa foi desde logo uma singularidade. As atividades do CRC foram refletindo as respostas dos seus membros e dirigentes às profundas mutações verificadas a todos os níveis ao longo destes quarenta e cinco anos.

 

Está por fazer o estudo crítico e rigoroso do que tem sido a sua intervenção, que tem mobilizado durante estas dezenas de anos milhares de pessoas, com larga predominância de pessoas que não são membros do CRC. O CRC tem sido por isso um espaço de diálogo entre cristãos de diferentes gerações e sensibilidades, mas também, entre crentes de diferentes confissões religiosas, entre crentes e não-crentes, muito antes dos Encontros de Assis e dos diálogos promovidos atualmente com os não-crentes.

 

A revista Reflexão Cristã, publicação iniciada em 1976 que se mantém ininterrupta, e as Conferências de Maio, com uma tradição também de mais de quarenta anos, são talvez as grandes marcas da intervenção pública do CRC. Nestas e noutras iniciativas participaram e participam cristãos e teólogos eminentes, mas também, judeus, muçulmanos, personalidades culturais de relevo das mais diversas orientações que aceitaram um diálogo transversal e aberto, como, por exemplo, entre muito outros, Eduardo Lourenço, Emília Nadal, Clara Menéres, Salete Tavares, Maria de Lourdes Belchior, João Bénard da Costa, António Alçada Batista, José Saramago, Natália Correia, Lídia Jorge, Óscar Lopes, Tolentino Mendonça, Anselmo Borges, Pedro Mexia; para além de membros do CRC, como Manuela Silva, Fernando Gomes da Silva, Sidónio Paes, Horácio Araújo, José Torres Campos, José Mattoso, João Resina, José Augusto Mourão, Peter Stilwell, José Manuel Pereira de Almeida, Guilherme d’ Oliveira Martins, Luís Salgado de Matos, Bento Domingues, entre outros.

 

Em todas as iniciativas, o CRC tem sido sempre fiel à visão libertadora para a teologia e a vida da Igreja e da sociedade, decorrente do Concílio Vaticano II. Não admira por isso a sintonia com os esforços do Papa Francisco para a renovação evangélica da Igreja e que tenha dado tanta importância aos questionamentos que a mutação social e cultural tem colocado à teologia.

 

A circunstância do CRC estar exclusivamente dependente da iniciativa e responsabilidade dos seus membros, o que não tem impedido uma colaboração e um diálogo com a Igreja e a participação nas suas atividades de vários bispos, incluindo naturalmente os bispos de Lisboa, permitiu-lhe ser pioneiro em muitos debates que se vieram a revelar determinantes.

 

Uma palavra de gratidão e saudade é aqui devida ao bispo Tomás da Silva Nunes, prematuramente falecido, que foi secretário do CRC antes de ser bispo auxiliar de Lisboa.

 

Recordamos, por exemplo, debates em que o CRC foi incubadora de projetos que se prosseguiram noutro quadro, nomeadamente sobre o papel das mulheres na sociedade e na Igreja, que deram origem a importantes encontros e publicações; os estudos pioneiros sobre a pobreza e a inclusão social promovidos pelo grupo interno do CRC então designado como Departamento de Pesquisa Social, com uma intervenção destacada de Manuela Silva e Alfredo Bruto da Costa; a continuada atenção à situação dos imigrantes e a defesa da sua dignidade e direitos; os primeiros diálogos entre cristãos, judeus e muçulmanos; a reflexão séria sobre a história da Igreja no ensino da história sob a sábia orientação de José Mattoso; uma atenção às criações artísticas, ao diálogo complexo entre o bem e o belo, com a participação pintores, filósofos, escritores e poetas; à dimensão cultural da vida; mais recentemente a preocupação com o meio ambiente e a ecologia integral que levou o CRC a integrar desde a sua fundação a Rede Cuidar da Casa Comum.

 

Outros caminhos pioneiros ficaram como marca de preocupação, mas tiveram de ser interrompidos, dado o CRC não ter condições para continuar a desenvolvê-los; recordamos, por exemplo os Cadernos de Estudos Africanos, dirigidos por Bento Domingues, que foram um espaço da teologia africana em língua portuguesa, ou a tentativa de promover iniciativas em Cabo Verde em colaboração com comunidades cristãs locais, que não puderam ter seguimento.

 

Cremos que uma das características que explica a persistência e a contínua renovação do CRC, é o facto de na sucessão das gerações surgirem cristãos, que sentem que têm o direito de contribuir com a sua reflexão para a presença na Igreja e na sociedade, que os leigos também ensinam na Igreja, e que sentem a necessidade de o fazer sob a sua própria responsabilidade numa abertura ao diálogo com outros cristãos e com a hierarquia, e com fiéis de outra igrejas cristãs, também presentes entre os fundadores do CRC, como o pastor Dimas de Almeida.

 

Quando dizemos que este aniversário é não apenas um ponto de chegada, mas também um acontecimento portador de futuro, temos presente que sentimos ainda a participação ativa de sócios fundadores e de membros de outras gerações que nos foram acrescentando; é de assinalar que neste momento integram os órgãos do CRC membros nascidos após a sua fundação, que irão cada vez mais desenhar o futuro do Centro de Reflexão Cristã.

 

O futuro não depende apenas desta renovação de gerações. Depende, e muito, de se interiorizarem as preocupações manifestadas por Manuela Silva na primeira assembleia geral, realizada em 15 de novembro de 1975, e que se foram atualizando ao logo das décadas. Dizia ela que o CRC se tinha constituído desde o início num espírito de cooperação e que, para além das críticas e propostas, era necessária a corresponsabilidade das pessoas empenhadas concretamente nas iniciativas do Centro sob pena de ser uma associação de pessoas de boa vontade, mas sem dinamismo próprio.

 

Estamos confiantes de que com o sangue novo que circula no CRC e a apropriação do seu projeto inicial por novas gerações, o CRC continuará a dar o seu contributo para uma reflexão cristã e uma prática cristã libertadora na Igreja e na sociedade portuguesa.

 


José Leitão e Inês Espada Vieira

 


Texto publicado no Ponto SJ

29 de maio de 2020

Conferências de Maio 2020

Caros sócios e amigos do Centro de Reflexão Cristã,
É com muita alegria que vimos ao vosso encontro para apresentar as Conferências de Maio 2020, sob o tema A esperança e o amor em tempo de Covid-19. 
A pandemia alterou brutalmente o nosso quotidiano pondo em causa as nossas seguranças e as nossa expectativas. Devíamos estar agora a realizar, como desde há dezenas de anos, as Conferências de Maio do Centro de Reflexão Cristã na forma costumada, mas tal não é possível.
Este ano de 2020, em que o CRC celebra os seus 45 anos de atividade, os encontros de maio são online, a forma possível de manter viva a iniciativa. O contexto é diferente, mas a nossa vontade de ser uma presença concreta na Igreja e na sociedade portuguesas é a mesma e por isso promovemos duas sessões que disponibilizamos no recém-estreado canal de YouTube:
O cuidado do outro em tempo de pandemia”, com Alfredo Teixeira, Helena Marujo, P.Nélio Pita, Miguel Raimundo (moderação) e José Leitão (anfitrião) [gravado a 19 de maio]
Tempo de Lázaro”, com Isabel Jonet, Frei Fabrizio Bordin, Guilherme de Oliveira Martins, Carla Madeira (moderação) e Inês Espada Vieira (anfitriã) [gravado a 20 de maio]
Vivemos num tempo ameaçado pela morte, pelo medo e pela fome, mas também pela desigualdade e por diversas formas de violência. Navegamos sem mapa, fazendo-o à medida que avançamos. 
Não podemos fugir da realidade, da nova normalidade, mas como cristãos não desistimos de inscrever nela gestos de Esperança e de Amor. 

Recordamos, finalmente, que também pode acompanhar-nos no 
No Facebook         

7 de abril de 2020

Política com Caridade


Romualda Fernandes 
Paróquia de São Tomás de Aquino
13 novembro 2019 


Aceitei com o maior gosto o honroso convite, que muito agradeço, para participar e partilhar este momento com todos vós.
Não sendo especialista nem em ciência política nem em temas da religião, esta minha abordagem ancora-se, por um lado, no meu percurso enquanto interveniente na vida pública e política – junto das comunidades, reforçada mais recentemente pelo novo desafio da minha eleição pelos portugueses como deputada – e, por outro, na minha vivência sentida enquanto cristã comprometida com a minha fé.
Assim, começo por partilhar a minha história pessoal e as circunstâncias que levaram ao meu envolvimento na atividade política.
Nasci e cresci no seio de uma família fortemente marcada pela política. Aí se deu o meu primeiro contacto com a política, através do meu pai e dos amigos dele. A ligação do meu pai a atividades políticas trouxe e foi marcada por grandes dissabores à família e fez com que, durante a aminha infância e adolescência, vivenciasse um período de muito sofrimento, sobretudo devido às perseguições e prisões do meu pai e alguns familiares próximos.
Aos 13 anos os meus pais enviaram-me para Portugal, para o colégio Andaluz em Santarém, pertencente à Congregação das Irmãs Servas de Nossa Senhora de Fátima, fundada em 1923 por Madre Luiza Andaluz. Aí passei cinco anos da minha adolescência, em regime de internato. 
Durante a minha adolescência e início da fase adulta, marcadas por aqueles acontecimentos, fortaleci em mim a convicção de que não queria trilhar o mesmo caminho da política que o meu pai trilhara.
Fiz jus a esta minha convicção. A licenciatura em Direito, e depois a magistratura, pareceram-me meios adequados para fazer valer os direitos de forma justa e imparcial, e uma forma de agir em prol dos outros, deixando sempre longe as águas da política.
No início dos anos 80 do século passado, decidi ir com o meu marido para a Guiné dar o nosso contributo ao jovem país, e a primeira condição que acordámos foi não nos envolvermos na política. Vivia-se num regime de partido único que se autoproclamava “Luz e guia do Povo”. Através do exercício das nossas profissões e do envolvimento nas atividades da nossa comunidade religiosa, trabalhávamos para mudar a sociedade para melhor. Ao menos assim considerávamos.
Quis, no entanto, o destino que aquando do exercício das minhas funções como Procuradora da República Adjunta da Guiné, assistisse, sem nada poder fazer, a um processo político persecutório, no qual o mais elementar direito à vida foi violado, de forma bárbara, com a aplicação da pena capital aos opositores ao regime, sob acusação de tentativa de golpe de Estado.
É neste preciso momento, de dor e revolta, que chegamos à conclusão de que não tinha qualquer cabimento o nosso distanciamento da política e decidimos romper com ele. No fundo, a minha consciência política estava presente em cada uma daquelas vítimas que perderam a vida, e por elas e por todos os outros guineenses jurámos tudo fazer para que o Estado de Direito e Democracia Pluralista fosse uma realidade naquele País – e só a política seria o palco emergente e imprescindível para essa luta. 
Fazer política para lutar pelo respeito da dignidade da pessoa humana, no estrito respeito pelo princípio da inviolabilidade da pessoa humana, pareceu-nos que merecia todo o nosso envolvimento. Os riscos que corríamos eram imensos: desde logo o de sermos condenados, nessa altura, pela prática de um crime de traição à pátria previsto e punido pela lei penal militar com pena de morte. 
Foi neste contexto que eu e meu marido, apesar de nunca termos sido perseguidos pessoalmente, decidimos abandonar a Guiné, deixando para trás tudo que tínhamos construído, para dar início, em Portugal, a uma luta política contra aquele regime. Fizemo-la através de uma estratégia de denúncia sistemática de todas as atrocidades e violações dos direitos humanos que ocorriam naquele país, ao mesmo tempo que construímos um projeto para a implementação de democracia multipartidária e, em simultâneo, íamos apresentando aos dirigentes do país propostas base para um diálogo aberto e fraterno, conducente à instituição de um verdadeiro Estado de Direito na Guiné. 
Em 1991, com a nossa luta, forçámos o país a enveredar pela abertura ao multipartidarismo. O partido, Resistência da Guiné-Bissau “Movimento Bá-Fatá”, então liderado pelo seu fundador, Domingos Fernandes Gomes, meu esposo, pôde legalizar-se na Guiné e tornar-se a principal força de oposição, até 2000.
Perguntar-me-ão o que que tem esta história com o tema proposto “Política com caridade”? Na minha opinião tem muito, por duas ordens de razões:
Por um lado, o apelo forte e incontornável para agir, para minorar o sofrimento desnecessário infligido por um sistema político injusto e cruel, que me leva a uma tomada de posição determinada e comprometida politicamente.
Por outro, porque mudou a nossa perceção sobre forma como, enquanto cristãos, devíamos viver a política, encarando-a no seu sentido mais nobre de prossecução do bem comum.  
Foi com essa consciência e comprometimento político que, ao regressar definitivamente a Portugal em meados dos anos 1990, pelas mão do meu caro amigo José Leitão, então Alto Comissário para a Imigração e Minorias Étnicas, se dá o inicio do meu envolvimento no Partido Socialista, por via de um trabalho empenhado em prol da melhoria das condições de vida dos imigrantes que escolheram Portugal para realizar os seus projetos de vida. 
Numa reflexão de ordem doutrinal e pastoral sobre o sentido, as condições e as exigências da ação política, os Bispos de França exprimiam assim o apelo da política para os cristãos: 
A lei do amor do Evangelho não convida os homens a resignarem-se perante a injustiça, mas chama-nos a agir para eficazmente a vencer, tanto nas suas raízes espirituais como nas estruturais em que prolifera. É falsa a teologia do amor invocada por aqueles que gostariam de camuflar as situações conflituais, enaltecer as atitudes de colaboração na confusão, minimizando a realidade dos antagonismos coletivos de todo o género. O amor evangélico exige a lucidez na análise e a coragem nos afrontamentos, que permitam progredir verdadeiramente em direção a uma maior verdade(Para uma prática cristã da política, 1972)
É comum nos nossos dias a opinião de que existe uma contradição trágica entre ser cristão e ser político, ou que aos cristãos é reservada outra missão. Neste contexto, proponho agora juntar duas reflexões breves.
Por um lado, na expressão do Professor Freitas do Amaral em Uma Introdução à Política (2014), a política é entendida “como uma atividade humana, em parte do tipo competitivo, tendo por objeto a conquista e a manutenção do poder, e em parte de tipo diretivo, tendo por objetivo a governação de uma comunidade humana, com vista à realização do seu bem comum – sublinho este inciso.
Por outro ladorecordo aqui a definição de Caridade segundo o Catecismo da Igreja Católica: “a virtude teologal pela qual amamos a Deus sobre todas as coisas por Ele mesmo, e ao próximo como a nós mesmos, por amor de Deus.” Assim, a Caridade convoca-nos para ação, e em particular impede-nos de ficar indiferentes ao infortúnio dos outros, às desigualdades, à violência, à pobreza, à exclusão, ao sofrimento evitável, existentes nas nossas sociedades.
A importância da participação política por parte dos cristãos tem sido sublinhada pelo ensinamento social da Igreja, com particular insistência depois do Concílio Vaticano II, de João XXIII ao Papa Francisco, passando por João Paulo II e Bento XVI.
Na Nota doutrinal sobre algumas questões relativas ao empenhamento e ao comportamento dos católicos na vida política (2002), que olha de novo para a doutrina do Concílio Vaticano II a partir da participação exigente e séria na política e na vida pública, referia-se: 
As sociedades democráticas atuais, em que louvavelmente todos se tornam participantes da gestão da coisa pública num clima de verdadeira liberdade, exigem novas e mais amplas formas de participação na vida pública da parte dos cidadãos, cristãos e não cristãos. [...] Num sistema político democrático, a vida não poderia desenvolver-se proficuamente sem o envolvimento ativo, responsável e generoso da parte de todos, embora em conformidade de formas, níveis, funções e responsabilidades.
A política partidária, uma das formas da participação política, aberta a todos os cidadãos e cidadãs, exige a humildade de participar nos debates políticos internos e de se sujeitar ao debate contraditório e a eleições internas. É orientada para tomada de decisões e o exercício do poder, aos mais diversos níveis, para concretizar programas e projetos políticos definidos pelos participantes nos diferentes partidos políticos.
A realidade existente é marcada por situações intoleráveis, de exclusão, exploração, desigualdade, violência, de inúmeras formas evitáveis de sofrimento coletivo, que os cristãos não podem ignorar, com receio de se envolver em projetos sempre limitados.
João Paulo II conhecia bem os desafios que se enfrentavam, mas não hesitava em apelar com determinação à prática política, ao empenhamento político dos cristãos. Fá-lo na Exortação Apostólica Christifidelis Laici dizendo: 
Os fiéis leigos não podem absolutamente abdicar da participação na “política” ou seja, da múltipla e variada ação económica, social legislativa, administrativa e cultural, destinada a promover orgânica e intencionalmente o bem comum […]. Todos e cada um têm o direito e o dever de participar na política, embora na diversidade e complementaridade de formas, níveis, funções e responsabilidades. As acusações de arrivismo, idolatria do poder, egoísmo e corrupção que muitas vezes são dirigidos aos homens do governo, do parlamento, da classe dominante ou partido político, bem como a opinião difusa de que a política é um lugar de necessário perigo moral, não justificam minimamente o ceticismo nem o absentismo dos cristãos pela coisa pública.
Permitam-me que conclua com as palavras de Bento XVI, na sua Encíclica A Caridade na Verdade:
O amor de Deus chama-nos a sair daquilo que é limitado e não definitivo, dá-nos coragem de agir, continuando a procurar o bem de todos, ainda que não se realize imediatamente, ainda que aquilo que consigamos realizar- nós as autoridades políticas e os operadores económicos - seja sempre menos de quanto anelamos. Deus dá-nos a força de lutar e de sofrer por amor o bem comum, porque Ele é o nosso tudo, a nossa esperança maior.

Muito obrigada.


6 de abril de 2020

Homenagem a Manuela Silva

Tributo a Manuela Silva (1932-2019), promovido pelo Centro de Reflexão Cristã (CRC) no passado dia 11 de janeiro de 2020, na Igreja Paroquial de São Tomás de Aquino, às Laranjeiras.







26 de fevereiro de 2020

(Entrada livre, sujeito a inscrição prévia até 2 de março)

24 de fevereiro de 2020

Conferência "Eutanásia e Boa Morte Hoje"




















24 de janeiro de 2020

6 de janeiro de 2020

Centro e Reflexão Cristã homenageia Manuela Silva

O Centro de Reflexão Cristã (CRC) promove no próximo dia 11 de janeiro, sábado, a partir das 10h30, na Igreja Paroquial de São Tomás de Aquino, às Laranjeiras, um Tributo a Manuela Silva (1932-2019).
Personalidade de referência a nível nacional e internacional, Manuela Silva foi fundadora e dirigente do CRC, tendo nele promovido a realização de estudos pioneiros sobre o combate à pobreza e à exclusão social.
Algumas das áreas de intervenção da Manuela Silva serão particularmente assinaladas, através de testemunhos de quem com ela conviveu, trabalhou e aprendeu.
Carlos Farinha Rodrigues falará do contributo de Manuela Silva como economista, na defesa de uma economia preocupada com a satisfação das necessidades básicas de todos, e sobre a ação que levou a que fosse considerada “o rosto português do combate à pobreza”.
Isabel Allegro de Magalhães, que em 2010 apresentou o importante livro de Manuela Silva Ouvi do Vento, testemunhará a riqueza do seu pensamento, a coerência do seu exemplo vital, a importância da sua ação para uma sociedade e uma Igreja “mais femininas”.
Rita Veiga referirá o empenhamento de Manuela Silva na defesa da ecologia integral na linha da encíclica Laudato Si, na criação e implementação da Rede Cuidar da Casa Comum que, como toda a intervenção de Manuela Silva, é um legado de responsabilidade na reflexão e na ação.
Após esta mesa inicial, haverá contributos de outras pessoas que acompanharam o seu compromisso cívico, nomeadamente no CRC, e a atriz Susana Sá lerá textos de Manuela Silva.
O Tributo a Manuela Silva, de que enviamos o cartaz-programa em anexo, marca o início das comemorações do 45.º aniversário do CRC, criado em 1975 por um conjunto de cristãos empenhados, como então se dizia, numa evangelização libertadora e na libertação do povo português, e que prossegue hoje de forma renovada a sua ação.
Pretendemos que esta iniciativa seja continuada por outras, algumas já anunciadas, e às quais o CRC dará toda a colaboração que lhe for solicitada.


Mais informações no Facebook: https://www.facebook.com/events/2734660209906324/



17 de outubro de 2019

Encontro de Sócios e Amigos do CRC - Dia 26 de outubro


Caras amigas, caros amigos,


O encontro do próximo dia 26 pretende ser o arranque para a nossa atividade no próximo ano.
Começa por uma meditação partilhada conduzida pelo Frei Rui Grácio. op. , que tem uma grande experiência de acompanhamento de grupos de base na América Latina e na Índia. A ideia é que nos ajude a refletir sobre o que nos faz correr, de que Espírito somos, como preferirem.
Depois do almoço, que permitirá conhecermo-nos melhor, teremos uma celebração Eucarística.
Seguir-se-á um momento de troca de opiniões entre os membros dos órgãos do CRC, que estejam presentes de forma a contribuir para a concretização do nosso Plano de Atividades.
Para além do convívio vai ser um Encontro muito
interessante.

Com estima e amizade. Um abraço fraterno.


José Leitão

8 de outubro de 2019

Nota de pesar pela morte de Manuela Silva

O CRC, Centro de Reflexão Cristã, manifesta o seu pesar pelo falecimento de Manuela Silva que foi fundadora e Presidente do CRC, tendo nele promovido a realização de estudos pioneiros sobre a pobreza e exclusão social, que viria a dar origem ao CESIS, Centro de Estudos para a Intervenção Social.
Manuela Silva promoveu estudos sobre a pobreza, a igualdade salarial entre homens e mulheres, o combate às desigualdades e o desenvolvimento, sendo considerada o rosto português de combate à pobreza.
Manuela Silva foi uma ativa militante católica, tendo-se batido por uma participação ativa das mulheres na vida da Igreja.
Exerceu funções de destaque em movimentos como o GRAAL, Movimentos Intelectuais Católicos – Pax Romana, Juventude Universitária Católica, Comissão Nacional Justiça e Paz.
Em 1990 criou a Fundação Betânia e pertencia à rede Cuidar da Casa Comum de que foi uma das fundadoras.
Manuela Silva foi Secretária de Estado para o planeamento no primeiro Governo Constitucional, tendo-se batido por políticas públicas que assegurassem a satisfação das necessidades básicas dos cidadãos.
Integrou grupos de trabalho da Comissão Europeia e do Conselho da Europa.
Professora Catedrática convidada do ISEG, Instituto Superior de Economia e Gestão, recebeu o doutoramento Honoris Causa pela Universidade Técnica de Lisboa.
O Presidente Jorge Sampaio agraciou-a com o Grau de Grã-cruz da Ordem do Infante Dom Henrique.
Manuela Silva foi uma inspiração permanente para o CRC tendo participado ativamente nas comemorações do seu 40.º Aniversário. A sua última intervenção pública com o CRC foi nas Conferências de Maio, a 9 de maio de 2018, sobre “As alterações climáticas e o cuidar da casa comum”.
O CRC manifesta o seu pesar pelo seu falecimento e está certo que repousa agora junto de Deus “no dia sem ocaso”.

José Leitão e Inês Espada Vieira
Presidente e vice-presidente da Direção.

1 de outubro de 2019

Economia do Papa Francisco

Veja aqui as intervenções dos oradores na última iniciativa do CRC - Economia do Papa Francisco








10 de setembro de 2019

A Economia de Francisco

No próximo dia 17 de setembro, pelas 18h30, participe na nossa iniciativa sobre "A Economia de Francisco".



3 de setembro de 2019

A alegria com a nomeação de José Tolentino de Mendonça como Cardeal


José Tolentino Mendonça, à esquerda na fotografia,
numa iniciativa do CRC
Uma notícia que nos enche de alegria, uma notícia boa para a Igreja, e para todos os lutam mundo mais justo e mais fraterno: o arcebispo Tolentino Mendonça, poeta e ensaísta, biblista, uma personalidade cimeira da cultura portuguesa, arquivista da Santa Sé, antigo vice-reitor da Universidade Católica Portuguesa, será nomeado cardeal pelo Papa Francisco em consistório marcado para dia 5 de outubro no Vaticano.
O Centro de Reflexão Cristã saúda o novo Cardeal, convicto que dará, cada vez mais, um contributo para o diálogo com a cultura, com as artes e os criadores culturais, como tem sido uma tónica permanente da sua intervenção.
O Centro de Reflexão Cristã está grato pela disponibilidade e naturalidade com que aceitou participar nalgumas das nossas iniciativas, como esta na imagem “Católicos à Esquerda”.
As palavras que disse ao Vatican News quando soube da notícia, mostram que, para além, das competências e dos títulos, é primeiro que tudo, um verdadeiro cristão.
Aqui fica o seu registo:” Eu estava a celebrar missa numa pequena capela em Lisboa e no fim da celebração recebi a notícia através de outras pessoas. O meu primeiro sentimento, que ainda ressoa no meu coração, é aquela frase, aquele imperativo que Jesus dizia no Evangelho de ontem:” procura o último lugar”. E senti isso com muita clareza nesse chamamento que o santo padre me faz e que, de facto, é um chamamento para o serviço mais radical e com uma humildade muito grande na colaboração com o Santo Padre e com a unidade de toda a Igreja.”

Que Deus sempre o abençoe e proteja.

Pode contar com o CRC – Centro de Reflexão Cristã.

9 de agosto de 2019

Exposição "estoutro"


O Centro de Reflexão Cristã e a Junta de Freguesia da Misericórdia apoiaram a exposição "estoutro", que contou com a participação da Inês Espada Vieira na equipa de curadores.




1 de agosto de 2019

Ciclo de Conferências "Os jovens chamados a transformar"

"Os jovens chamados a transformar" - Abertura


Novas exigências: do ambiente digital à salvaguarda da natureza - Jovens do Terraço do Graal


Em Defesa da Greve Climática Estudantil - José Leitão


Em Defesa da Greve Climática Estudantil - Maria Vaz Pato


Novas exigências: do ambiente digital à salvaguarda da natureza - Ricardo Pereira Rodrigues


Novas exigências: do ambiente digital à salvaguarda da natureza II - Ricardo Pereira Rodrigues


Novas exigências: do ambiente digital à salvaguarda da natureza - Juan Francisco Garcia Ambrosio

27 de maio de 2019

Conferências de Maio - Os jovens descobrem Deus

OS JOVENS CHAMADOS A TRANSFORMAR


Encerramos o ciclo de conferências de maio de 2019 com a presença de D. Américo Aguiar, de Alfredo Teixeira e de João Valério, para "colocar pontuação" no final da frase Os jovens descobrem Deus: ponto final, reticências, exclamação ou interrogação? As Conferências de Maio do CRC são um momento de discussão sobre temas da atualidade, mostrando o compromisso do CRC com uma cidadania esclarecida e empenhada num mundo mais justo. Este ano, os jovens estão no centro do debate como tema e também como protagonistas da mudança para melhor.

Conferências de Maio - Os Jovens chamados a transformar (3ª sessão)





16 de maio de 2019

Conferências de Maio - A justiça e a equidade, e a solidariedade entre as gerações

OS JOVENS CHAMADOS A TRANSFORMAR 
Neste terceiro encontro, falaremos sobre gerações, novos, velhos e "médios", avós e netos, terceira idade e todas as idades. Numa sociedade em que a esperança de vida está a aumentar, que temas devem chamar a nossa atenção na procura de um mundo mais justo onde todos, independentemente da idade, sejam ouvidos.
Com Alice VieiraCarla Ganito e Ana Barata.
As Conferências de Maio do CRC são um momento de discussão sobre temas da atualidade, mostrando o compromisso do CRC com uma cidadania esclarecida e empenhada num mundo mais justo. Este ano, os jovens estão no centro do debate como tema e também como protagonistas da mudança para melhor.

Conferências de Maio - Os Jovens chamados a transformar (2ª sessão)








15 de maio de 2019