O CRC é um espaço de diálogo entre cristãos de diferentes sensibilidades, e entre cristãos e não cristãos.

26 de abril de 2015

Encontro de Sócios e Amigos, 2015 - Mensagem de Guilherme d'Oliveira Martins

CENTRO DE REFLEXÃO CRISTÃ - UMA MEMÓRIA VIVA...

Tendo um compromisso fora de Lisboa é-me impossível acompanhar pessoalmente este encontro tão oportuno de sócios e amigos do CRC, feito sob a invocação de quatro décadas de existência. Vivemos um tempo muito especial que nos obriga a recordar as origens do cristianismo, que nos levam aos Atos dos Apóstolos. Como praticar, de facto, a regra do amor (agapé)? Perante as sequelas da crise, temos contado com a abertura de Espírito do Papa Francisco – o que significa que somos chamados à coragem e à responsabilidade. Não podemos baixar os braços perante as injustiças que se agravam e as desigualdades que se aprofundam. Como disse o Padre M. D. Chenu, «o cristianismo é o mistério de Cristo que vive, morre e ressuscita em mim e em cada um». Daí que não possamos ser indiferentes. É no tempo de hoje que temos de ouvir o Papa ao fazer-nos compreender que não podemos responder às pretensões dos nossos netos com as audácias dos nossos avós, como gostava de dizer Emmanuel Mounier. “A Igreja quando fica fechada adoece e quando sai pode ser atropelada; prefiro uma Igreja atropelada a uma Igreja doente”… – diz o Papa. A metáfora significa que temos de sair, de ir para junto das pessoas, correndo o risco de ter um acidente ou de sujar as mãos… É a noção de compromisso que tem de se tornar cada vez mais presente. Estamos ainda muito desatentos ao episódio de Marta e de Maria, sendo que o testemunho de ambas é fundamental para o presente e para o futuro, como no-lo ensinou Santa Teresa de Jesus. Devemos ser mais “testemunhas do que mestres” – como afirmou Paulo VI. E aqui está a dificuldade.

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